Afinal, o que é UI Design?

UI Design, ou User Interface Design, se concentra na criação de interfaces de usuário intuitivas, esteticamente agradáveis e funcionais para aplicativos, sites e sistemas digitais. Ele tem um papel fundamental na experiência do usuário, pois determina como os usuários interagem com a interface e como ela responde às suas ações.

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A sua importância está no fato de que uma boa interface de usuário pode impactar significativamente a satisfação e a produtividade do usuário. Uma interface bem projetada pode facilitar a realização de tarefas, reduzir a curva de aprendizado, aumentar a eficiência e até mesmo influenciar a percepção do usuário sobre a marca ou produto. Além disso, uma boa UI Design pode contribuir para a fidelização do usuário e para o sucesso do produto no mercado.

Princípios do UI Design

Existem alguns princípios fundamentais que orientam a criação de interfaces de usuário. Esses princípios são baseados em conceitos consolidados sobre usabilidade e experiência do usuário, incluindo:

  • As 10 Heurísticas de Usabilidade de Jakob Nielsen
  • As 8 Regras de Ouro do Design de Interface de Ben Schneiderman
  • Os Princípios de Design de Interação de Bruce Tognazzini

A maioria desses princípios é aplicável a qualquer sistema interativo, desde ambientes GUI (Graphical User Interface) tradicionais como aplicativos de desktop, mobile e sites, até interfaces não GUI como as interfaces de voz.

Os 4 princípios fundamentais do design de interface do usuário são:

  1. Colocar os usuários no controle da interface
  2. Tornar confortável a interação com o produto
  3. Reduzir a carga cognitiva
  4. Tornar as interfaces de usuário consistentes

UI Design

1. Colocar os usuários no controle da interface

Este princípio enfatiza dar ao usuário o controle sobre a interface, permitindo que ele determine como interagir e fornecendo mecanismos para personalizar a experiência de acordo com suas necessidades e preferências.

Isso inclui recursos como:

  • Navegação flexível: permitir que o usuário navegue livremente entre diferentes seções e telas, sem ser forçado a seguir um fluxo pré-determinado.
  • Personalização: habilitar o usuário a personalizar elementos como layout, cores, fontes para adequar a interface ao seu contexto e preferências.
  • Atalhos e aceleradores: teclas de atalho, comandos rápidos e gestos que agilizam a interação para usuários mais experientes.
  • Suporte a desfazer/refazer: permitir que o usuário desfaça e refaça ações para explorar alternativas sem medo de errar.
  • Preferências e configurações: dar controle ao usuário sobre opções de configuração para moldar a experiência.

Quando os usuários se sentem no controle da interface, eles interagem de forma mais efetiva e eficiente. Além disso, a sensação de controle também melhora a satisfação e o engajamento com o produto.

Portanto, colocar os usuários no controle deve ser um princípio fundamental não apenas para usabilidade, mas para criar experiências de usuário envolventes e prazerosas.

2. Tornar confortável a interação com o produto

A usabilidade não é apenas sobre eficiência. É igualmente importante tornar a interação confortável, reduzindo a fatiga e o desconforto durante o uso do produto.

Isso envolve cuidar de aspectos como:

  • Carga de trabalho mental e física: interações complexas ou que exigem esforço mental ou físico significativo podem ser fatigantes. O design deve buscar simplificar tarefas.
  • Legibilidade e visibilidade: conteúdo difícil de ler gera frustração. É preciso cuidar da tipografia, contraste, tamanhos de texto e layout da informação.
  • Minimizar a entrada de dados: digitar em dispositivos móveis é incômodo. Sempre que possível, minimizar o input requerido do usuário.
  • Gestão de erros: mensagens de erro intimidam e frustram os usuários. É preciso projetar interfaces tolerantes a erros e com mensagens construtivas.
  • Suporte responsivo: em diferentes dispositivos, contextos e condições, a interface deve se adaptar para continuar sendo confortável.
  • Estética e design minimalista: interfaces visualmente limpas, agradáveis e diretas ao ponto geram mais conforto de uso.

Priorizar o conforto resulta em maior aceitação do produto, além de mais satisfação e lealdade do usuário. Portanto, é um investimento importante para o sucesso do negócio.

3. Reduzir a carga cognitiva

A carga cognitiva refere-se ao esforço mental necessário para compreender e usar uma interface. Quanto maior a carga cognitiva, mais difícil é para o usuário interagir de forma eficiente.

Alguns fatores que contribuem para aumentar a carga cognitiva:

  • Complexidade excessiva
  • Arquitetura de informação confusa
  • Excesso de informação
  • Interações complicadas
  • Inconsistências e imprevisibilidade
  • Linguagem complexa e técnica

Para reduzir a carga cognitiva, os designers devem:

  • Simplificar fluxos e tarefas: eliminar complexidade desnecessária, dividir tarefas grandes em passos incrementais.
  • Criar uma arquitetura clara da informação: organizar features e conteúdos de forma lógica e intuitiva.
  • Filtrar informações: mostrar apenas dados relevantes dependendo do contexto específico.
  • Fornecer affordances: usar signifiers, signposts e constraints para tornar as possibilidades de interação mais aparentes.
  • Minimizar a necessidade de memorização: evitar que o usuário precise lembrar muitos detalhes entre interações, mantendo estado e contexto.
  • Ser consistente e previsível: seguir padrões estabelecidos e permitir que os usuários antecipem o comportamento do sistema.
  • Usar linguagem simples e familiar: falar a “língua” do usuário, com termos e conceitos familiares ao seu vocabulário.

Ao reduzir a carga cognitiva, os usuários interagem com mais facilidade e sentem-se mais confiantes em relação ao sistema.

4. Tornar as interfaces consistentes

A consistência se refere a como elementos similares são exibidos e se comportam da mesma maneira em diferentes partes do sistema. Por exemplo:

  • Botões com o mesmo estilo visual
  • Ícones com a mesma linguagem visual
  • Terminologia e texto consistentes
  • Padrões semelhantes de interação e navegação

A consistência é fundamental porque ela:

  • Cria familiaridade, permitindo que conhecimentos se transfiram entre partes diferentes da interface.
  • Torna a interface mais previsível, reduzindo a carga cognitiva.
  • Contribui para uma aparência mais integrada e harmônica.

Tipos de consistência

Alguns tipos de consistência que designers devem buscar incluem:

Consistência interna: coerência entre os diferentes elementos individuais do próprio produto.

Consistência externa: alinhamento com padrões e convenções familiares para os usuários em outros produtos similares.

Consistência funcional: elementos que têm a mesma aparência devem ter o mesmo significado e comportamento.

Consistência estrutural: layouts, fluxos e padrões de design consistentes entre seções e telas.

Ao mesmo tempo, consistência não significa que tudo deve ser exatamente igual. Pode haver variações legitimas para comunicar diferenças semânticas, hierárquicas ou de contexto entre elementos. O equilíbrio entre consistência e variação sutil é um desafio de design.

De qualquer forma, a busca pela consistência de interface ainda é um princípio essencial para reduzir a curva de aprendizado e melhorar a usabilidade geral.

Aplicando os princípios na prática

Vamos ver alguns exemplos práticos de como aplicar esses princípios de design de interface:

Flexibilidade e controle

O app de e-mail Gmail permite que o usuário controle diversos aspectos da interface:

  • Pode arquivar, deletar ou marcar conversas com gestos rápidos
  • Pode aplicar labels personalizadas para categorizar as mensagens
  • Pode reordenar as caixas de entrada com drag and drop
  • Pode expandir ou recolher visualizações de conversas
  • E muito mais

Essas opções colocam o usuário no controle. Ele molda a experiência para adequar ao seu fluxo de trabalho pessoal.

Conforto e legibilidade

O app de leitura Kindle, da Amazon, otimiza a experiência para leitura prolongada:

  • Permite ajustar facilmente o tamanho da fonte para mais conforto
  • Oferece temas de alto contraste para melhor legibilidade
  • Tem interface limpa e gestos simples para virar páginas
  • Sincroniza com qualquer dispositivo para retomar de onde parou
  • Dura semanas com uma carga da bateria

Tudo isso minimiza distrações e torna lenta imersão na leitura fácil e confortável.

Carga cognitiva e simplicidade

O app mobile do Uber apresenta uma excelente lição de simplicidade e foco no essencial:

  • O fluxo principal envolve apenas 4 passos: solicitar carro, informar localização, conferir motorista e tempo de chegada, finalizar viagem.
  • Opções contextualmente relevantes são mostradas no momento certo.
  • Interface visual limpa, mínima digitação necessária.
  • Linguagem clara e processo altamente familiar.
  • Mapa integrado reduz necessidade de memorização e raciocínio espacial.

Consistência e padrões

O Material Design, guia de design da Google para seus produtos, é um excelente exemplo de consistência:

  • Define guias visuais, componentes e padrões precisos
  • Mantém alto nível de consistência entre apps mobile, web e ambientes desktop
  • Usa animações e transições consistentes para criar continuidade
  • Elementos visuais são metafóricos e passam significado consistente (como cartões, folhas de papel, tinta etc)

Isso torna produtos Google altamente integrados e familiares. Conhecimentos se transferem facilmente entre eles.

Conclusão

Os princípios fundamentais do design de interface – controle do usuário, conforto, redução de carga cognitiva e consistência – são cruciais para interfaces modernas.

Eles equilibram necessidades funcionais e emocionais dos usuários, melhorando aceitação, adoção e lealdade aos produtos.

Aplicados de forma integrada e contextualizada, levando em conta trade-offs e variações legítimas, esses princípios são a base para interfaces centradas no ser humano, que entregam verdadeiro valor para pessoas.

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