Quem não gosta de ouvir uma história bem contada?
Todo mundo tem histórias para contar. Tudo que vivemos e experimentamos ao longo da vida forma a nossa identidade. Mas o que muita gente ainda não sabe é que dá pra usar suas próprias vivências como instrumento de identificação para se apresentar para os outros e conquistar atenção: conheça a técnica do storytelling.
Nesse artigo você vai ler tudo que você precisa saber para contar melhor as suas histórias:
- Quando usar storytelling;
- Como usar storytelling;
- Apresentações pessoais com storytelling;
- Quais estruturas de storytelling usar;
- Dicas para usar storytelling em suas apresentações.
Vamos lá?
Quando usar storytelling?
Você já se deparou com uma situação em que tinha que se apresentar de forma convincente e carismática, mas na hora não soube muito bem o que falar?
Tipo…em uma entrevista de emprego, por exemplo?
Pois bem. O storytelling tem sido bastante usado em apresentações pessoais em dinâmicas e entrevistas. É uma ferramenta eficiente para captar a atenção do seu espectador de forma espontânea e sem ter que apelar para “meias verdades”. Por isso é uma ótima escolha para essas situações.
Uaau… Mas como isso acontece?
O poder das narrativas já é conhecido por emocionar pessoas há milhares de anos. Conhecimentos valiosos eram passados através de histórias. É mais fácil memorizar algum conteúdo, quando ele te emociona de alguma forma, quando você se relaciona com ele. É um caminho eficaz para motivar, se aproximar do ouvinte e criar um senso de empatia e de identificação entre quem conta e quem ouve.
Quem conta uma história real que foi marcante para si e determinante para tirar aprendizados, conta com emoção e vontade. Dois ingredientes essenciais para:
- manter a atenção do ouvinte,
- fazê-lo “viajar” para dentro da história do protagonista e
- causar identificação, encontrar pontos em comum, entre o ouvinte e o protagonista.
Essas histórias reais de vida, quando bem contadas, se conectam com o lado emocional de quem escuta. É exatamente por isso que esta é uma ótima ferramenta para se usar ao ser entrevistado, por exemplo.
Como usar storytelling
A chave para a prática do storytelling é criar uma conexão bacana entre você e o espectador. A história que você está “vendendo” deve:
- ser real,
- única,
- expressar a imagem que você deseja passar para o outro e
- transmitir um posicionamento, um valor e/ou um propósito.
Seu foco deve ser conquistar a confiança e motivação do seu espectador, e melhor ainda, conseguir tirar um sorriso dele. 😁
Busque inspirar seu ouvinte.
Apresentações pessoais com storytelling
Agora é hora de construir sua narrativa: senta que lá vem história!
Ao ouvir uma história de quem está sob algum tipo de avaliação – como uma entrevista – o ouvinte (avaliador) irá se atentar ao raciocínio usado para construir a história. Ele irá observar se ela tem começo, meio e fim. Qual o valor e o propósito você quer transmitir com sua história também serão pontos observados. Então, seja cuidadoso com suas intenções e expectativas. Garanta que a mensagem e o posicionamento que você deseja passar com a narrativa sejam, de fato, compreendidos.
Atenção:
Tenha cuidado com “achismos” e com o egocentrismo. Lembre que uma boa história é feita de protagonistas, coadjuvantes importantes, antagonistas. Ninguém escreve sozinho sua história.
Outra coisa importante é estar aberto a ouvir a história dos outros também (de pessoas conhecidas, de livros, filmes, das pessoas que você conhece). Esse é um hábito que te ajuda a familiarizar com estruturas de uma narrativas.
Algumas lições:
- Tire aprendizados de suas experiências e tropeços da vida para se tornarem referências verdadeiras e marcantes para você.
- Crie uma conexão e busque cativar o espectador.
- Monte uma história com começo, meio e fim.
- Conte histórias inspiradoras.
- Use um toque de humor. É sempre muito bem-vindo!
- Inclua em sua narrativa valores e pontos de vista pessoais que você queira transmitir.
- Não perca seu propósito de vista, nem o porquê você está contando aquilo.
- Busque dar importância aos coadjuvantes e antagonistas da sua história.
- Atente-se para estruturas de narrativas através de histórias que ouve.
- Reflita antes de falar. Sempre.
Quais estruturas de storytelling usar
Uma das estruturas mais comuns é a jornada do herói.
Muito usada nos filmes dos nossos super-heróis favoritos. Vai ser bem fácil encontrar referências sobre esse framework de storytelling.
Nessa jornada o personagem principal descobre uma missão, ou recebe um “chamado” para uma aventura em um mundo desconhecido. Isso o leva para fora de sua zona de conforto. Passa por provações e testes, porém na “volta para casa” ele tem uma recompensa. E ao final ele se percebe renovado, mudado pela experiência, como um renascimento.
Outra estrutura que pode ser usada é o Golden Circle (ou círculo dourado, que é um framework desenhado por Simon Sinek) que valoriza, acima de tudo, o PORQUÊ das coisas. A motivação central, a essência, a força primária que causa a ação.
Estruture o raciocínio da seguinte forma:
- tenha o porquê de tudo sempre em mente para conduzir toda a sua história;
- comece explicando o que foi a situação, seu ponto de vista sobre, esclareça o contexto geral;
- depois siga para o como executar (ou “como executou” se estiver compartilhando uma experiência) e
- para fechar, amarre todo o discurso no porquê, a motivação principal.
Dicas para usar storytelling em suas apresentações
- Comece pelo final. A “moral da história” é o que deve te guiar para a construção do restante da história (lembra de focar no porquê 😉).
- Não esqueça do conflito. Não há história sem ele. Ele deve representar um desafio, um clímax que sirva de motivação para que a moral da história aconteça. É o momento em que o público se conecta com a sua história.
- Teste suas histórias com pessoas próximas para analisar as reações.
“Minha mãe já me dizia, tudo depende da forma como você fala…”
Já pensou no super-poder que você tem nas mãos ao usar storytelling para compartilhar suas experiências?
Use-o de forma sábia!
Saber se comunicar é uma soft skill importante em qualquer área de atuação. Você pode, e deve, influenciar ativamente na imagem que transmite para a outra pessoa. Por isso deve buscar ter plena consciência de como passar a mensagem que deseja. O tom de voz, o movimento das mãos, o olhar, o vocabulário, todos esses quesitos são importantes para usar o Storytelling a seu favor.
O escritor Mário Rosa diz em “A Síndrome de Aquiles” que “o relato de outra pessoa sobre um fato, pode moldar a imagem que o outro cria sobre determinado acontecimento, isto porque novos valores criados têm o poder de mudar velhas imagens”.
A palavra, e tudo o que vem junto com ela (linguagem corporal, o entusiasmo, a energia e até o nervosismo na hora de se reportar a alguém: tudo a ver com PNL!), tem muito mais poder do que a gente pensa!
Preste atenção nas dicas desse texto, tire um tempo para planejar sua história e teste com amigos e pessoas da sua confiança. Com um pouco de prática, você logo pega o jeito!